quarta-feira, 13 de maio de 2009

Para irem lendo...
(1ª parte)
"Se aceitarmos a ideia de que educar é "acender um fogo" e não encher um recipiente de noções (mesmo ambientais que sejam...), educar para a defesa so ambiente deveria ser um acto que fosse capaz de provocar nesse fogo nem que fosse só uma centelha de amor pela Terra.

Na verdade, só se protege aquilo que se ama profundamente. E só se ama aquilo que se aptende a conhecer com o mais íntimo so seu ser, pois só aí se podem estabelecer laços indissolúveis com a essência daquilo que se ama. Dito de outra maneira, os verdadeiro actos da vontade humana emergem sempre da esfera do sentir, mas de um sentir que encontra sentido na verdade interior do indivíduo, ou seja na verdade que cresceu consigo ao longo do seu próprio crescer (seja ela qual for).

Parece-me pois que a protecção da Terra em termos de futuro, necessita de homens que a sintam verdadeiramente como uma mãe, junto de quem aprenderam a conhecer e a amar a vida e portanto a ser quem são; de homens cuja manera de pensar, sentir e querer forme um todo coerente que dê identidade ao seu ser, levando-o a actuar impulsionado por ele e não por motivações estranhas ao seu próprio pensar e sentir. Mas, para que tais homens existam, há que prever efectivamente uma proximidade física e continuada entre cada um e essa Mãe-Terra. (...)
Quer isto dizer que a Educação Ambiental não pode ser encarada como uma vertente da educação em geral, traduzindo-se em projectos ambientais pontuais, seja em disciplinas específicas inseridas nos currículos escolares, seja ainda em programas de ocupação de tempos livres, embora tudo isso possa ser considerado desejável. A educação ambiental tem que ser encarada como o cerne da educação : temos que aprender o que devem ser hoje as exigências básicas do percurso educativo do ser humano, para construir uma pedagogia coerente em termos de conteúdos, métodos, prácticas, instrumentos e/ou materiais de trabalho adoptados: temos enfim que definir (...) que fundamentos servirão de base àquilo que iremos fazer. Na verdade, não basta saber 0 que se vai fazer, ou seja conhecer os conteúdos prescritos, é preciso sim saber porque faço o que faço, para não me deixar levar por modas ou pressões do exterior e ser capaz de exercer a minha liberdade interior de escolha. Só assim poderei tomar consciência da importância do como vou fazer, ou seja de quem sou eu, com toda a herança de gestos e actuações que reflectem o meu próprio processo de auto-educação , que me vão permitir dar sentido a esses fundamentos, vida a esses conteúdos (ou anulá-los irremediavelmente) junto de quem no fundo é um verdadeiro sujeito activo do precurso educativo que se irá trilhar: o aluno. (...)"

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